ESOFAGITE ACTÍNICA

ESOFAGITE ACTÍNICA

ESOFAGITE ACTÍNICA

ESOFAGITE ACTÍNICA

O esôfago é frequentemente alvo de radioterapia, seja de maneira intencional, em casos de tumores esofágicos, seja de maneira incidental, como em tumores de pulmão, mediastino, mama, cabeça e pescoço. A esofagite por radiação pode ocorrer em doses excedendo 30 Gy, podendo apresentar esofagites graves com níveis superiores a 60 Gy, levando a hemorragia, perfurações ou fístulas.

A incidência de esofagite depende da dose da radioterapia, da extensão do esôfago irradiado, uso de quimioterápico concomitante e idade do paciente. Normalmente inicia-se após 2 a 3 semanas do começo da radioterapia e se resolve em até 4 semanas do fim do tratamento. Em casos de esofagite severa os sintomas podem durar por vários meses.

A esofagite aguda é definida como aquela que ocorre até após 3 meses do início do tratamento. Causa sintomas como disfagia, odinofagia e queimação retroesternal, geralmente com melhora após a interrupção do tratamento. O manejo na fase aguda consiste no controle dos sintomas, com analgésicos, anestésicos tópicos e inibidores da bomba de prótons ou bloqueadores do receptor H2, além de modificações dietéticas.

A classificação varia do grau 0 ao 4:
Grau 0 – Assintomático.
Grau 1 – Fibrose leve e dificuldade em deglutir sólidos.
Grau 2 – Disfagia. Dilatações podem ser necessárias.
Grau 3 – Fibrose severa, deglute apenas líquidos. Dilatação é necessária.
Grau 4 – Presença de necrose, perfurações ou fístulas.

Enantema acompanhado ou não de exsudato fibrinoso e erosões superficiais são os principais achados endoscópicos na fase aguda. Ulcerações são secundárias a necrose tumoral. Na fase tardia, podem aparecer estenoses. Os achados histológicos incluem inflamação crônica, e fibrose da camada submucosa e muscular.

Esofagite actínica aguda.

A estenose esofágica pós-radioterapia varia se o câncer primário era esofágico ou não esofágico. Nos casos em que a lesão primária não era proveniente do esôfago, a estenose normalmente é mais curta e concêntrica, apresentando uma mucosa lisa e regular, enquanto nos casos em que o foco primário era o esôfago, as estenoses são segmentares, com extensões variáveis, e sua mucosa apresenta-se lisa, podendo ou não ter algumas irregularidades. A estenose normalmente ocorre na fase tardia, após 4 a 6 meses do término da radioterapia, sendo tratada com sessões de dilatações utilizando sondas termoplásticas.

REFERÊNCIAS:
1. Nesheiwat Z, Akbar H, Kahloon A, et al. Radiation Esophagitis. [Updated 2021 Aug 9]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2021 Jan-.
2. Murro D, Jakate S. Radiation esophagitis. Arch Pathol Lab Med. 2015 Jun;139(6):827-30. doi: 10.5858/arpa.2014-0111-RS. PMID: 26030254.

 
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