ESOFAGITE EOSINOFÍLICA

ESOFAGITE EOSINOFÍLICA

ESOFAGITE EOSINOFÍLICA

ESOFAGITE EOSINOFÍLICA

A esofagite eosinofílica (EE) é uma doença crônica, que envolve a ativação da resposta imune conduzida por linfócitos Th2 a certos alérgenos, caracterizada clinicamente por sintomas relacionados à disfunção esofágica e histologicamente pela inflamação local predominantemente por eosinófilos.

Na população americana estima-se que a doença atinja entre 1 a 5 indivíduos a cada 10.000. Ela é descrita em todos os grupos, porém predomina em homens caucasianos. Histórico familiar de doenças atópicas, como asma, eczema e rinite são comuns.

Os sintomas geralmente são inespecíficos, variando de acordo com a faixa etária acometida. Crianças tendem a apresentar refluxo, vômitos e dor abdominal, enquanto adolescentes e adultos apresentam disfagia, impactação alimentar, dor torácica e pirose.

O diagnóstico da EE é realizado através da endoscopia digestiva alta com biópsias esofágicas, devendo sempre ser suspeitado em pacientes com sintomas crônicos de disfunção esofágica, com engasgos, disfagia, vômitos e impactação alimentar.

Os achados endoscópicos mais comuns são placas esbranquiçadas (sugestivos de exsudatos eosinofílicos), edema de mucosa, estrias longitudinais, anéis esofágicos e estenoses.  Tais achados são sugestivos, porém não específicos para EE. Em uma parcela da população o exame pode não mostrar nenhuma alteração, sendo fundamental a realização das biópsias quando houver suspeita clínica.  Devem ser realizadas ao menos seis biópsias, metade na região proximal e a outra metade na região distal do esôfago.

O diagnóstico é confirmado quando houver uma contagem de eosinófilos na camada epitelial do esôfago maior ou igual a 15 por campo de grande aumento (CGA).

O tratamento deve ser realizado com mudança dietética, sendo necessária a eliminação de alérgenos alimentares e introdução de dieta elementar com fórmulas de aminoácidos. O tratamento farmacológico, por sua vez, compreende o uso de corticóide inalatório deglutido, bem como o emprego de inibidores de bomba de prótons. Os bloqueadores de receptores dos leucotrienos também podem ser utilizados.

A dilatação esofágica é útil em doentes muito sintomáticos, com estreitamento do esôfago secundário a estenoses fixas, que causam impacto alimentar, e que não tenham obtido melhora com a dieta e o corticóide deglutido.

 

 

  1. N Engl J Med. 2015 October 22; 373(17): 1640–1648. doi:10.1056/NEJMra1502863
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