Para se adaptar às constantes mudanças ambientais, o corpo humano elaborou mecanismos que facilitaram os ajustes necessários. A metaplasia é um desses mecanismos e tem sido observada teleologicamente como uma tentativa de proteger os tecidos vulneráveis de um ambiente hostil. O processo de metaplasia, no qual um tipo de célula totalmente diferenciada (adulta) substitui outro tipo de célula adulta, ocorre em vários órgãos. O esôfago de Barret é uma condição em que um epitélio colunar intestinal substitui o epitélio escamoso estratificado que normalmente reveste o esôfago distal.
O refluxo gastroesofágico crônico é o fator que agride o epitélio escamoso que realiza o reparo da lesão desenvolvendo a metaplasia colunar. Embora estas células metaplásicas possam ser mais resistentes à lesão proveniente do refluxo, elas também são mais propensas à malignidade. Dos pacientes com doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), 10% desenvolvem esôfago de Barret. Um esfíncter esofagiano inferior (EEI) incompetente com ou sem hérnia de hiatal tem uma importante função no desenvolvimento de DRGE e do esôfago de Barret. Idade, obesidade, estresse, produtos cafeinados, álcool, tabaco e vários alimentos, inclusive especiarias, gorduras e alimentos ácidos são fatores que têm sido implicados na fisiopatologia do EEI.
A maioria dos pacientes apresenta-se com sintomas de DRGE: pirose, regurgitação, gosto ácido na boca, eructação excessiva e indigestão. Infecções respiratórias recidivantes, asma no adulto também podem ocorrer no pacientes com esôfago de Barret. O diagnóstico é feito por exame de endoscopia e anatomopatológico. A presença de um segmento de mucosa colunar encontrado durante o exame endoscópico, e identificado como metaplasia intestinal no exame histopatológico define o esôfago de Barret.
Existem várias opções de tratamento aceitas – os medicamentos inibidor de bomba de prótons devem ser usados com o objetivo de resolução dos sintomas da esofagite, endoscopia para controle, operação antirrefluxo, terapia ablativa, ressecção endoscópica da mucosa, e ressecção esofagiana.