GIST
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GIST é uma sigla em inglês para gastrointestinal stromal tumors, ou seja, tumor estromal gastrointestinal. Se origina do tecido conjuntivo, especificamente das células intersticiais de Cajal. Essas células servem como um marca-passo do sistema digestivo, enviando sinais para que o músculo liso se contraia, auxiliando o processo da digestão.

Essas neoplasias não tem um comportamento agressivo e costumam estar localizadas comumente no estômago (50-60%) e no intestino delgado proximal, mas podem ocorrer em qualquer parte do trato alimentar, e ocasionalmente, no omento, mesentério e peritônio¹.

É a neoplasia não epitelial mais comum que envolve o trato gastrointestinal, porém os tumores mesenquimais constituem apenas 1% dos cânceres gastrointestinais primários². A incidência de GIST varia entre 7 a 15 casos por milhão de pessoas por ano, em estudos que utilizam critérios diagnósticos precisos³. Ocorre geralmente em paciente de meia idade e em mais idosos, com idade média de diagnóstico de 64 anos, sendo raro em paciente joven.

O paciente pode ser assintomático ou apresentar sintomas de acordo com o tamanho e localização do tumor, como por exemplo: dor abdominal, hemorragia digestiva, náusea, vómitos, inchaço abdominal, sensação de saciedade, perda do apetite, perda de peso.

Os GIST são identificados frequentemente por mutações nos genes KIT (80%) ou no receptor alfa de fator de crescimento derivado de plaquetas. A maioria aparece de forma esporádica, e aproximadamente 5% dos pacientes tem uma das várias síndromes autossômicas dominantes familiares, como: GIST familiar, Neurofibromatose tipo 1 e Síndrome de Carney-Stratakis4.

Os exames de imagens como ultrassonografia, tomografia, ressonância, ecoendoscopia podem auxiliar no raciocínio diagnóstico, porém o diagnóstico é feito normalmente por endoscopia a partir da biópsia por aspiração por agulha fina, ou guiada por ultrassom ou ainda cirúrgica.

O tratamento com potencial curativo é realizado por ressecção cirúrgica completa em doenças locais e ressecáveis. Em tumores iressecáveis, metastáticos, e com alto risco de recorrência após a cirurgia, podem ser tratados com agente antineoplásico inibidor da tirosina quinase, e podem ser utilizados também como tratamento neoadjuvante em grandes lesões.

 

Rubin BP, Fletcher JA, Fletcher CD. Molecular Insights into the Histogenesis and Pathogenesis of Gastrointestinal Stromal Tumors. Int J Surg Pathol 2000; 8:5.

Miettinen M, Lasota J. Gastrointestinal stromal tumors–definition, clinical, histological, immunohistochemical, and molecular genetic features and differential diagnosis. Virchows Arch 2001; 438:1.

Ma GL, Murphy JD, Martinez ME, Sicklick JK. Epidemiology of gastrointestinal stromal tumors in the era of histology codes: results of a population-based study. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev 2015; 24:298

Mussi C, Schildhaus HU, Gronchi A, et al. Therapeutic consequences from molecular biology for gastrointestinal stromal tumor patients affected by neurofibromatosis type 1. Clin Cancer Res 2008; 14:4550.

 

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