A hiperplasia nodular focal (HNF) é considerada como um tumor hepatocitário benigno, sendo o segundo mais comum entre os tumores benignos do fígado, logo após o hemangioma. Seu achado é frequentemente incidental durante um exame de ultrassonografia, portanto assintomático em 80% a 90% dos casos. Tem prevalência estimada na população geral entre 0,9% e 3%, e sua incidência é preferencialmente no sexo feminino (8:1), na faixa etária entre 30 e 50 anos.

Wanless et al., em 1985, descreveram que malformações arteriais preexistentes são responsáveis por uma resposta hiperplásica que origina a lesão. Resultam de um aumento do fluxo arterial sobre o parênquima hepático, levando à hiperplasia hepatocelular secundária.

A forma típica da HNF é normalmente encontrada como massa única solitária, bem circunscrita, não encapsulada e com cicatriz central estrelada, de coloração branco-acinzentada. Esta cicatriz central é encontrada em 50% dos nódulos de HNF, sendo sua existência associada às outras características, um sinal patognomônico.

Geralmente a HNF é assintomática. No entanto, pacientes que apresentam nódulos grandes, sobretudo quando comprimem a cápsula de Glisson ou órgãos adjacentes, podem manifestar dor abdominal, não específica, como dispepsia, sensação de plenitude e desconforto epigástrico.

A natureza da HNF é benigna, sem risco de malignização e geralmente assintomática. Quando bem diagnosticada, não tem indicação de tratamento cirúrgico ou acompanhamento clínico, salvo nos casos em que as lesões causem dor e/ou comprimam órgãos adjacentes, provocando sintomas secundários, sendo necessário, então, excluir todas as possíveis afecções que possam provocar esses sintomas. Quando o diagnóstico não é firmado, torna-se necessário complementar o estudo com biópsia ou ressecção cirúrgica do espécime. A hepatectomia tem sido indicada em pacientes sintomáticos ou no diagnóstico duvidoso.

Focal nodular hyperplasia: new findings at Doppler ultrasonography.