O melanoma é uma neoplasia que se origina a partir da transformação de melanócitos (células produtoras de melanina responsáveis pela pigmentação da pele). A superfície cutânea é o local de predileção para a ocorrência dos tumores, embora também possa acometer primariamente outros órgãos, como globo ocular, as mucosas, o sistema nervoso central, e os aparelhos gastrointestinais e geniturinário.
A incidência do melanoma vem aumentando ao longo das últimas décadas na população branca em todo o mundo. Para o Brasil, o número de casos novos estimados, no triênio 2020-2022, será de 4.200 em homens e de 4.250 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 4,03 casos novos a cada 100 mil homens e de 3,94 para cada 100 mil mulheres. A maior incidência ocorrerá na Região Sul.
Algumas características fenotípicas são consideradas fatores de risco: indivíduos de fotótipo mais claros, cabelos claros, olhos claros, além de efélides (sardas), são mais suscetíveis. Além disso, a presença quantitativa e qualitativa de nevos melanocíticos revela-se um dos principais fatores. Estima-se que a história familiar de melanoma aumente em 74% a probabilidade de desenvolver a neoplasia ao longo da vida. Pacientes portadores de algumas síndromes, como a xerodema pigmentoso, Li-Fraumeni ou Lynch-II, ou portadores de imunossupressão também têm maior possibilidade de desenvolver o melanoma. A exposição ultravioleta (UV) é considerada o principal fator de risco ambiental para o melanoma.
A suspeita clínica do melanoma pode ser efetuada por aspectos identificados na inspeção da lesão. Muitos pacientes relatam lesões pigmentadas com histórico de crescimento, mudança de formato/tamanho ou alterações de cor, assim como a ocorrência de sintomas inespecíficos como sangramento ou prurido. A regra do ABCDE (Assimetria, Bordas irregulares, Cores heterogêneas e Diâmetro maior que 5mm, e Evolução do tamanho) possui uma acurácia aproximadamente de 75%.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda estratégias de fotoproteção; limitar a exposição solar durante as horas de maior incidência (entre 10 e 16h); procurar sombras; observar o índice UV; utilizar roupas protetoras; usar óculos escuros com proteção lateral; utilizar filtros solares (fator de proteção solar maior que 15 FPS); e não utilizar bronzeamento artificial.
A dermatoscopia é um método diagnóstico não invasivo amplamente utilizado e extremamente útil para avaliação de lesões pigmentadas. O exame anatomopatológico é o método diagnóstico padrão ouro para o melanoma.
O tratamento nos estádios iniciais requer apenas a remoção da lesão, com margens de segurança. A dissecção linfonodal é recomendada em pacientes com linfonodos metastáticos. E o tratamento sistémico pode ser realizado dependendo do estadiamento.
Abaixo uma revisão sistemática sobre novas tendências na detecção de melanoma usando redes neurais.