SINDROME DE BOERHAAVE

SINDROME DE BOERHAAVE

SINDROME DE BOERHAAVE

SINDROME DE BOERHAAVE

A Síndrome de Boerhaave, descrita em 1724 por Hermann Boerhaave, também conhecida como ruptura esofágica espontânea, é a perfuração mais letal do trato gastrointestinal, com uma taxa de mortalidade variando entre 35 a 40%. Os sintomas são muito variados, tornando o diagnóstico desafiador e muitas vezes tardio.

A ruptura esofágica ocorre devido a um aumento súbito na pressão intraesofágica, levando a laceração total da parede do órgão. Normalmente ocorre na parede posterolateral esquerda do terço distal.

A apresentação clínica típica é de dor súbita, de localização torácica ou epigástrica, após episódios de vômito. Apesar do vômito ser a causa mais frequente, outras causas como convulsões, trauma abdominal, parto, isto é, condições que podem aumentar a pressão esofágica também são descritas.

Atualmente 15% dos casos de ruptura esofágica ocorrem devido a esta síndrome. Apesar da incidência ser desconhecida, estima-se que seja de aproximadamente 3:1000000 por ano. A população que apresenta a síndrome é muito variável, porém sabe-se que ela é altamente associada ao etilismo.

Os sintomas clássicos são vômitos, dor torácica e enfisema subcutâneo, porém até um terço dos pacientes não apresentam estes sintomas. Os sintomas dependem exclusivamente da localização em que ocorreu a ruptura esofágica, do grau de extravasamento do conteúdo intraluminal, e do tempo entre o evento ao diagnóstico. Um quadro de aumento da pressão esofágica por qualquer motivo, seguido de dor torácica deve sempre levantar a suspeita para esta condição.

Exames laboratoriais pouco auxiliam no diagnóstico, porém podem excluir condições que apresentam sintomas semelhantes, como infarto agudo do miocárdio e pancreatite aguda. Radiografia de tórax é normal em aproximadamente 15% dos casos e não pode ser usado para excluir o diagnóstico. O esofagograma com contraste hidrossolúvel é o exame de escolha, mostrando extravasamento de contraste no local da perfuração. A tomografia computadorizada é muito utilizada devido sua alta sensibilidade e a possibilidade de avaliar a relação do esôfago com outros órgãos envolvidos.

O tratamento varia de caso a caso, dependendo da apresentação do paciente, a localização, extensão da ruptura e o intervalo entre o evento e o início do tratamento. Perfurações precoces, aquelas diagnosticadas em até 24h, apresentam os melhores prognósticos. São três as opções de tratamento mais comuns: conservador, endoscópico e cirúrgico. A intervenção cirúrgica em casos de diagnóstico precoce consiste na rafia esofágica seja por toracotomia ou VATS. Quando não há contaminação externa, a colocação de próteses esofágicas por endoscopia para o fechamento da fístula é outra opção bastante utilizada. O tratamento conservador é reservado apenas para casos em que a ruptura é mínima e não haja contaminação. O tratamento de casos tardios normalmente feito com o desbridamento da cavidade pleural e mediastino, esofagostomia e gastrostomia devido a gravidade dos pacientes.

 

REFERÊNCIAS: 

1.  Turner AR, Turner SD. Boerhaave Syndrome. [Updated 2021 Jan 1]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2021 Jan-.

2.  Szeliga, J., & Jackowski, M. (2011). Boerhaave Syndrome. Polish Journal of Surgery, 83(9).doi:10.2478/v10035-011-0082-9

Compartilhe nas redes sociais: