Síndrome de Lynch

Síndrome de Lynch

Síndrome de Lynch

Síndrome de Lynch

Aproximadamente 80% dos pacientes desenvolvem o câncer colorretal (CCR) de forma esporádica, enquanto em 20% há uma susceptibilidade hereditária à neoplasia. Das formas hereditárias, o Câncer Colorretal Hereditário não Polipóide (CCHNP) é a mais comum, sendo responsável por 20 – 30% destes, o que equivale a 3% a 5% de todas as neoplasias colorretais. Classicamente como é conhecida, a síndrome de Lynch é uma doença autossômica dominante sendo cinco vezes mais frequente que a Polipose Adenomatosa Familiar (PAF) e é decorrente da mutação do gene responsável pelo sistema de reparo do DNA (MLH1, MSH2, MSH6, PMS2).  A mutação interrompe o funcionamento correto desses genes e, assim, acelera o processo de divisão e multiplicação de células com erros, elevando o risco de surgimento de tumores. A síndrome de Lynch (SL) é caracterizada por um padrão de herança autossômica dominante de suscetibilidade para o desenvolvimento de câncer colorretal (CCR) e tumores associados, em idade precoce, predileção pelo cólon proximal, e risco aumentado de tumores colônicos múltiplos.

Como dito anteriormente, na SL as neoplasias tendem a ocorrer preferencialmente no cólon direito (60-70% ocorrem proximais à flexura esplênica), mais precocemente (por volta dos 45 anos de idade), têm taxa aumentada de tumores metacrônicos e sincrônicos (20%), ao contrário do que ocorre na forma esporádica. Ainda, na SL, há uma proporção aumentada de tumores mucinosos e de mais alto grau de diferenciação. Além disso, os pacientes com SL apresentam uma carcinogênese acelerada (pequenos adenomas podem desenvolver carcinomas dentro de 2–3 anos) diferente com o que ocorre com o restante da população, na qual a sequência adenoma-adenocarcinoma pode demorar 8 – 10 anos.

Em decorrência da ausência de sinais clínicos que possam predizer a suscetibilidade ao CCHNP, a história familiar tem sido o método principal em identificar pacientes de risco. Em 1990, o Grupo Colaborativo Internacional (GCI) em CCHNP criou os critérios de Amsterdan I com a finalidade de identificar as famílias de risco.

Muitos autores advogam que o teste inicial para identificação desta síndrome seria a pesquisa de instabilidade de microssatélite (IMS), que está presente nos portadores da mesma. Diante disso, o Instituto Nacional de Câncer Americano (NCI) desenvolveu os critérios de Bethesda durante a conferência de consenso realizada em 1997. Esse consenso sugere que pacientes que apresentem estes critérios devem ser submetidos à pesquisa de instabilidade de microssatélite para o diagnóstico de CCHNP.

Os pacientes com Síndrome de Linch apresentam risco aumentado não só de câncer colorretal, mas também de doença maligna em locais extracolônicos. A saber, o risco de câncer de endométrio é de até 60% e de ovário de 15%. Tumores também podem surgir no estômago, intestino delgado, pâncreas, trato urinário, cérebro e glândulas sebáceas.

Devido ao risco aumentado de desenvolver câncer, os pacientes portadores de SL devem fazer rastreio e seguimento mais próximo. Está indicada a colonoscopia a cada 1 ou 2 anos, a começar com 20-25 anos (ou 10 anos antes do caso mais jovem de câncer colorretal na família), com evidência de redução na mortalidade. O rastreio com ultrassonografia transvaginal para câncer de ovário e endométrio também é recomendando, iniciando com 35 anos e repetido anualmente.

 

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5980692/

 

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2933058/

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